sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A “in-FELICIDADE” de ser Professor!


Professor Nazareno*

O dia 15 de outubro não deveria ser dedicado a nós professores. “É muito pouco para quem tanto fez e ainda faz pelo progresso e pelo desenvolvimento do Brasil”, devem pensar alguns incautos e desinformados. Com todo este progresso e todo este desenvolvimento que estamos vendo por aí é de se pensar o que nós, os mestres, estamos fazendo realmente por este país, periferia de capitalismo. Talvez, por isso, no ano passado o MEC divulgou na mídia uma propaganda mostrando o progresso e o desenvolvimento que existem de fato em vários países do mundo: o responsável? Ora, o professor, pronunciado em vários idiomas. Não deu certo: retiraram o comercial do ar. Um só dia para tecer loas hipócritas e o restante do ano para humilhar esses profissionais.

No Brasil, a realidade é outra e completamente diferente. E o entrave maior não é o salário. Nunca foi. Também não é a indisciplina de alguns alunos ou a sujeira existente dentro das salas de aula. Nem a relutância de alguns pais em proteger seus filhos. Muito menos as constantes brigas do nosso sindicato com os governantes de plantão nem as perseguições ridículas de alguns diretores de escolas. O nosso maior problema é que temos uma sociedade que não valoriza a educação. Da porta da sala de aula para fora, talvez menos de dez por cento dos brasileiros vêem na escola alguma função que se possa associar à vida cotidiana. Daí, o fato cresce e é copiado espertamente pelos políticos. Por isso o sonho de muitos professores é fazer concurso para trabalhar em outras áreas.

Salário de professor no Brasil é menos do que muitas prostitutas ganham para lavar pratos. No entanto, baixo salário não é problema. Os médicos de Rondônia, por exemplo, ganham na maioria das vezes salários astronômicos e a saúde estadual está um caos. É preciso observar quem de fato exerce dignamente a sua função. Quem realmente tem compromisso com a educação e o futuro deste país. Um bom professor não pode ganhar a mesma coisa que um mau professor. Por isso, é comum ouvirem-se afirmações de que há professores que ganham mal pelo muito que fazem, enquanto outros ganham muito bem pelo pouco que desempenham em sala de aula. Nas escolas há algumas aulas muito boas, mas também há outras que são tão produtivas quanto o solo lunar.

Nos países cujas sociedades valorizam o estudo, a educação e o saber o que se vê é uma multiplicação de oportunidades e um franco progresso e desenvolvimento a exemplo da Coréia do Sul, Japão, Holanda, Finlândia, Estados Unidos, etc. O imperador japonês, por exemplo, presta reverência a qualquer professor que vá visitá-lo. Imagine-se uma autoridade qualquer, Lula ou Roberto Sobrinho, que é psicólogo, fazerem isto a um professor. O nosso Presidente e muitos dos nossos políticos têm, juntos, menos anos de estudos do que um camelô ou um gari. Ainda assim, o nosso país é um dos que mais investem em educação. O problema é que esta verba é sempre mal gerenciada.

Professor é azarado mesmo. São poucos os que sabem escrever um bom texto ou raciocinar de forma consciente. E quando tentam fazê-lo, quando ousam mostrar o pouco, o quase nada que sabem, seus raros leitores já o vêem como um sujeito depressivo, infeliz, ranzinza ou pedante e põem logo em xeque a sua capacidade profissional ou tentam calá-lo ameaçando o seu diminuto salário. Muitas pessoas acreditam que professor é sempre um sujeito de boa educação, polido, paciente e que deveria escrever somente aquilo que os hipócritas gostariam de ler. Eu, por exemplo, tenho um Blog (http://blogdotionaza.blogspot.com) com meia dúzia de leitores: eu mesmo, minha esposa quando tem tempo, meus filhos quando eu os obrigo, e mais duas ou três pessoas.

Apesar de tudo, ser professor é ser feliz, é saber que na sociedade se exerce a função de cabeça, a função de conduzir os outros. “Quem faz aquilo de que gosta não precisa trabalhar”. Mas a educação e o professor ainda vão custar muito a alcançar valor neste país de “jecas”, nesta nação de pouca visão educacional, neste submundo dominado pelo maniqueísmo e pela astúcia de poucos, neste "brasilzinho" de muita gente analfabeta e ignorante onde os políticos se aproveitam para prometer investimentos fictícios na educação. Mas haverá um dia em que greve de professores será por melhorias no sistema de educação e não pela insana vontade de ganhar tanto quanto ganham as empregadas domésticas, os garis, os cobradores de ônibus e outras categorias tão importantes para a sociedade, mas que não precisaram estudar e nem defender nenhuma tese de mestrado ou doutorado para exercer sua função.

*É professor em Porto Velho

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aos Professores

A EQUIPE JBC

Obrigado por fazerem do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento. Por fazerem com que nos sentíssemos pessoas de valor; por nos ajudarem a descobrir o que fazer de melhor e, assim, fazê-lo cada vez melhor. Obrigado por afastarem o medo das coisas que pudéssemos não compreender; levando-nos, por fim, a compreendê-las...Por resolverem o que achávamos complicados... Por serem pessoas dignas de nossa total confiança e a quem podemos recorrer quando a vida se mostrar difícil...Obrigado por nos convencerem de que éramos melhores do que suspeitávamos.

Feliz dia dos Professores!