terça-feira, 29 de março de 2011

Comentando educação

* Por Aluizio Guedes

Nos últimos anos, com relação ao ensino de qualidade, tem-se preocupado com o mais importante dos agentes de mudanças, o professor. O Profissional em educação, neste país é visto como ponto de referencia e responsável pelo milagre educacional e, portanto (infelizmente, o índice de ignorantes é exagerado), busca se soluções para que cheque a um veredicto quanto à questão: ensino de qualidade, através daqueles que muitas das vezes (considerado pela sociedade) é o responsável pela retenção, pela violência escolar ou por desvio do perfil de cidadão. O que fazer? Se a nossa escola da era moderna ainda veste uma roupagem tradicional e segue a filosofia da punição e não da prevenção, se a matriz educacional a família, cada vez mais se aproxima de sua extinção, se a renda familiar é insuficiente a educação e o projeto pedagógico sistematizados pelo governo brasileiro fortalece muito mais a retenção que a promoção, além de termos um ensino médio sem objetivo e cada vez mais, longe do mercado de trabalho.

A formação de professores encontra-se, hoje, em profundas mudanças tanto do ponto de vista de conceitos e valores como de práticas, A este fato, não é estranho que as competências que se esperam que o professor domine se revelem cada vez mais complexas e diversificadas. Espera-se que o professor seja competente num largo espectro de domínios que vão desde o conhecimento cientifico do que ensina à sua aplicação psicopedagógica, bem como em metodologias de ensino, de animação de grupos, atenção à diversidade etc. Isto sem considerar as grandes expectativas que existem sobre o que o professor deve promover no âmbito educacional mais geral, tal como a educação para a cidadania, educação cívica, sexual, comunitária, entre outras. Assim, podemos até pensar que este problema se resolveria com a adição de mais conteúdos a formação e, eventualmente, com a extensão dos currículos de formação. Mas não parece ser esta, certamente, a solução. Não é a simples aquisição de mais conhecimentos de índole teórica que fará o professor mais capaz de responder aos numerosos desafios que enfrenta. Isto porque dado o caráter multifacetado e autonômico da profissão de professor, esta implica modelos diversificados de formação, modelos que não se podem centrar na simples aquisição de saberes teóricos.

quarta-feira, 23 de março de 2011

MEC lança prova para validar diplomas de Medicina do exterior

O governo lançou na sexta-feira, 18, um exame nacional para validação de diplomas de médicos formados no exterior. O formato adotado é semelhante ao projeto-piloto, realizado em outubro passado, mas com uma diferença fundamental: a determinação da nota de corte para os candidatos.

Dos 628 médicos formados no exterior que se inscreveram no teste-piloto, apenas 2 foram aprovados. Para organizadores, isso refletiu problemas na formulação da prova.

A secretária substituta de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, avalia que o problema ocorreu na montagem da prova, algo que poderia ter levado o nível de dificuldade a um patamar superior ao esperado. Para evitar que o problema se repita, o sistema foi alterado. Depois de montada, a prova será avaliada por um painel de especialistas e a nota de corte será fixada.

Essa mudança poderá fazer com que a nota de corte varie de acordo com as edições do exame. Ana Estela crê que essa flutuação não provocará questionamentos na Justiça. 'O modelo foi analisado por integrantes do Ministério da Saúde e da Educação e esse risco não foi mencionado', diz.

Ela também acredita que a segurança da prova estará preservada. 'O critério de seleção dos profissionais é rigoroso e a segurança, rígida.' A prova será feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Assim como o projeto-piloto, a prova de validação será feita em duas etapas. Uma prova escrita, provavelmente a ser marcada para junho, e uma prática, para agosto.


Fonte:Por Lígia Formenti / BRASÍLIA, estadao.com.br

quarta-feira, 16 de março de 2011

SEMANA DA CIDADANIA JBC

A EEEFM Prof. João Bento da Costa sob a coordenação da Direção e equipe técnica (Supervisores,Psicólogos e orientadores) vem realizando nesta semana a SEMANA DA CIDADANIA com o tema voltado para a Questão Ambiental com ênfase para a questão do lixo - REDUZIR,REUTILIZAR E RECICLAR.

O Diretor Francisco Rodrigues ressalta que a Semana da Cidadania na Escola João Bento da Costa visa estimular a participação da comunidade estudantil nas questões que envolvem o meio ambiente - tema este que dialoga com o tema da Campanha da Fraternidade, privilegiando a ligação orgânica da ação das Pastorais da Juventude com o caminho das reflexões da Igreja no Brasil e aprofundando o tema a partir da perspectiva juvenil, tendo em vista também o fato de 2011 ter sido declarado pela ONU como o Ano Internacional da Floresta.

A Direção - Sr. Francisco e Maria Elizabet - ressaltam ainda que a parceria com terceiros está fazendo com que a Semana da Cidadania JBC/2011 seja um sucesso e agradece a participação da equipe da Polícia Ambiental;da Apresentação teatral - Scientia - Consultoria Científica/Meio Ambiente/Arqueologia e Paleontologia; a OAB com o tema "Leis Ambientais" ;o Sr. Joelson (Biólogo) que participou da abertura no dia 14/03 ressaltando a importância das questões ambientais; o Pe. Leonardo da Paróquia Nossa senhora de Nazaré trazendo a discussão o tema "A vida do Planeta Terra"; o psicólogo Sr. Bruno Bezerra com o tema "Estresse e saúde"; a Sra. Márcia Elizabeth do SEST/SENAT com o tema "Saúde bucal"; Sra. Eliana com o tema "Meio Ambiente - Os três Rs"e ainda aos educadores palestrantes do JBC - Profª. Renata Geógrafa)- Aquecimento Global e Camada de ozônio; Sra. Geane (Bióloga) com o tema "Lix0 - Reduzir,Reutilizar e Reciclar - Água ,Solo e Ar"; Profª Raimunda (Geógrafa) - "Aquecimento Global e suas consequências"; Prof. Socorro (Bióloga) -"Reciclagem"; Profª Izildamar(Geógrafa)com o tema Água;Prof. Valdeci Ribeiro (Historiador)com o tema Aquecimento Global;Profª Adriana(Bióloga) com "Questões Ambientais"; Prof. Gilmário (historiador) com o tema "Lixo"; Profª Francisca Janoca (Geógrafa) com os temas "Lixo Eletrônico", "Consequências do Aquecimento Global"; Profª Sonia Santos com o tema "Meio Ambiente".

A Semana da Cidadania é destinada a todos os estudantes, gestores e servidores públicos, além do público em geral da comunidade que queira participar, de forma a incentivar o exercício consciente da cidadania, com a harmonização das relações entre Governo, Escola e cidadãos com encerramento previsto para o dia 18/03.

terça-feira, 8 de março de 2011

Uma homenagem às mulheres JBC

Às mulheres que trabalham no JBC,tanto funcionárias quanto alunas deixamos aqui nossa homenagem e um Feliz Dia das Mulheres,embora todo dia seja o dia de vocês, registramos nosso carinho nessa data especial, lembrando-as que:


"Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.

Ser mulher é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.

Ser mulher é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.

Ser mulher é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.

Ser mulher é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil para ter um carinho.

Ser mulher é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.

Ser mulher é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.

Ser mulher é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

Ser mulher é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.

Ser mulher é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.

Ser mulher é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.

Ser mulher é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.

Ser mulher é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.

Ser mulher é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser "nova" quando o coração está a espera do amor, ser "crescente" quando o coração está se enchendo de amor, ser "cheia" quando ele já está transbordando de tanto amor e "minguante" quando esse amor vai embora.

Ser mulher é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.

Ser mulher é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.

Ser mulher é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.

Ser mulher é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.

Ser mulher é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.

Ser mulher é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.

Ser mulher é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.

Ser mulher é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.

* Autor desconhecido.


PARABÉNS!

Prof. Francisco Rodrigues Lopes

Diretor


quinta-feira, 3 de março de 2011

JBC recebe projeto SINTERO e OAB na construção da cidadania

Nova Direção da Escola João Bento da Costa - Sr. Francisco Rodrigues Lopes (Diretor) e Maria Elizabet de Lima Cândido (Vice-Diretora) receberam na data de 03/03 o projeto Sintero e OAB Cidadania que trouxe para os três turnos da Escola palestras sobre Violência Urbana e Doméstica e sobre a Aplicação da Lei Maria da Penha e ainda prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

A abertura das atividades, ocorreu pela manhã, contou com a presença da Direção da Escola João Bento da Costa, do presidente da OAB-Rondônia, Hélio Vieira da Costa, da advogada Zênia Cernov, e dos diretores do Sintero Claudir Mata (presidente), Manoel Rodrigues (Secretário-Geral), Gilka Rodrigues Machado (Secretária de Imprensa e Divulgação), Nereu Klosinski (Secretário de Assuntos Jurídicos), Ramão Zarate (Secretário de Assuntos Educacionais), Cleusa Ferreira Mendes (Secretaria de Aposentados e Assuntos Previdenciários), além dos diretores da Regional Norte Haroldo Félix e Núbia Barbosa.

A presidente do Sintero, Claudir Mata, fez um pronunciamento de abertura e destacou a importância da atividade para reforçar o aprendizado nas escolas e para ampliar os horizontes dos estudantes, além de contribuir para a formação intelectual e moral das crianças e dos adolescentes.

Ela também destacou a participação do diretor da escola, o professor Francisco Rodrigues Lopes, que além de apoiar a realização do evento, abriu as portas daquela unidade escolar e disponibilizou as instalações da quadra coberta para as palestras.

“Nos preocupamos com a qualidade do ensino, com a formação moral e intelectual, com os direitos de todos os cidadãos e cidadãs”, disse Claudir.

O presidente da Seccional de Rondônia da OAB, Dr. Hélio Vieira, disse que o convênio está disponível para qualquer escola que queira realizar as palestras. Segundo ele, é uma oportunidade importante para reforçar a orientação aos jovens, principalmente no que se refere aos seus direitos, bem como auxiliando-os a se protegerem melhor dos perigos das drogas, da violência e do contágio por doenças sexualmente transmissíveis.

A advogada Zênia Cernov fez uma palestra sobre violência e sobre a Lei Maria da Penha, destacando que a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de violência no Brasil. Segundo ela, depois de cinco anos de vigência da Lei, o número de mulheres violentadas diminuiu muito pouco. “Isso é preocupante. É preciso que as pessoas denunciem qualquer tipo de violência contra a mulher. E é preciso lutar para que os processos contra os agressores cheguem até o fim, com o julgamento e a condenação dos culpados”, disse.

O professor Ramão Zarate, Secretário de Assuntos Educacionais e coordenador do programa de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis e AIDS fez uma palestra dinâmica e, com uma linguagem jovem e acessível, repassou aos estudantes orientações de como se prevenir para não contrair tais doenças.

A direção da Escola João Bento da Costa agradece aos coordenadores do Projeto ,a comunidade escolar que participou e aos Educadores que acompanharam o corpo discente lamentando a não participação de alguns professores que ignoraram o evento,mas alerta que esse tipo de atividade fará parte do calendário escolar e espera contar com a participação de todos nos próximos que virão,pois isso é de fundamental importância na construção da cidadania da juventude presente no JBC.

Paises estão longe de atingir melhoria prevista na educação

Paises estão longe de atingir compromissos para melhoria da educação, avalia Unesco

O compromisso assumido por 164 paises, entre eles o Brasil, para melhorar a qualidade da educação no mundo até 2015 está 'longe de ser atingido'. É o que aponta o Relatório de Monitoramento Global de 2011 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), lançado nesta terça-feira, 1.º de março.

O compromisso Educação para Todos (EPT) foi assinado em 2000 durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar, no Senegal. Ele estabelece seis objetivos que devem ser atingidos pelos signatários até 2015: ampliar a educação para a primeira infância, universalizar o acesso à educação básica, garantir o atendimento de jovens em programas de aprendizagem, reduzir em 50% as taxa de analfabetismo, eliminar as disparidade de gênero no acesso ao ensino e melhorar a qualidade da educação.

A Unesco criou um índice (Education For All Development Index EFA) para medir o desempenho dos países em relação ao cumprimento das metas. Entre os 127 países avaliados por esse indicador, o Brasil está no grupo com resultado 'mediano' e ocupa a 88.° posição do ranking. No topo da lista estão o Japão, o Reino Unido e a Noruega. O Chile, o Uruguai e a Argentina são os latino-americanos que fazem parte da lista com alto índice.

De acordo com a Unesco, embora tenha havido progresso em muitas áreas, como a melhoria do bem-estar na primeira infância, o número de crianças fora da escola vem caindo muito lentamente.

'Em 2008, 67 milhões de crianças estavam fora da escola. O progresso em direção à universalização da escolarização está mais lento. Se as tendências atuais continuarem, pode haver mais crianças fora da escola em 2015 do que há hoje', alerta a pesquisa. Quase metade dessa população está concentrada em apenas 15 países, entre eles o Brasil, que tem 700 mil crianças fora da escola segundo os dados da Unesco. Como a velocidade da inclusão desse grupo vem caindo, a organização estima que, caso a tendência se mantenha, em 2015 serão 72 milhões sem acesso ao ensino no mundo.

Sobre a redução do analfabetismo, os dados apontam que 17% da população mundial ainda estão nessa situação. O objetivo de reduzir em 50% o percentual de analfabetos em cada um dos países signatários não será atingido por uma parcela dos participantes, de acordo com a Unesco. Segundo o órgão, o fracasso é reflexo do 'descaso de longa data para com a alfabetização nas políticas educacionais'.

Apenas dez países respondem por 72% do número total de adultos analfabetos, incluindo o Brasil, que ainda tem 14 milhões de pessoas maiores de 15 anos que não sabem ler e escrever. Segundo a Unesco, o esforço para atacar o problema tem sido irregular nas diferentes regiões do mundo.

O relatório cita a redução de 2,8 milhões de analfabetos no Brasil entre 2000 e 2007, além do 'forte progresso na alfabetização universal de adultos' verificado na China. Já na Índia, o número de analfabetos adultos aumentou em 11 milhões na primeira metade da década passada.

'A América Latina e o Caribe podem ser a exceção à regra de negligência. Desde o final da década de 90, programas de alfabetização de adultos na região foram beneficiados pelo momento de renovação política (...). No Brasil, o Programa Brasil Alfabetizado ofereceu cursos de alfabetização para 8 milhões de jovens e adultos que tiveram acesso limitado à educação formal', destaca a organização.

Fonte: estadão.com.br

MEC cria prova para seleção de professores

MEC cria prova para ajudar Estados e municípios a selecionar professor

MEC cria prova para ajudar Estados e municípios a selecionar professor"O Ministério da Educação começa a preparar sua entrada em uma área até agora intocada pelo governo federal:a seleção de professores para as redes estaduais e municipais. Nesta semana, o MEC põe na rua a matriz de competências - conjunto de temas que deve nortear a formação pedagógica dos docentes - para a formulação de uma prova nacional de acesso que poderá ser usada por Estados e municípios para selecionar professores.

Até o final deste mês, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela formulação, começa a formar um grupo de especialistas que serão os responsáveis pela criação da prova, preparando um banco de itens a serem usados no teste. A intenção é realizar a primeira prova em 2012.

A Prova Nacional de Concurso para Ingresso Nacional na Carreira Docente funcionará mais para formar um banco de dados de professores do que fazer uma seleção propriamente dita. A intenção é que o candidato faça a prova nacional e as redes estaduais e municipais usem os resultados quando precisarem abrir uma seleção local.

O Estado que aderir, por exemplo, poderá abrir uma seleção de professores e colocar em seu edital que, para assumir a vaga, o candidato precisa ter uma pontuação mínima na prova nacional. O futuro professor, então, apresentará seus resultados, que serão confirmados pelo MEC. A rede, estadual ou municipal, poderá acrescentar uma segunda seleção local.

A forma será semelhante à do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): o governo federal faz a prova e, com o resultado, o aluno pode se candidatar a diferentes vagas em universidades federais. A magnitude do exame de professores, porém, deverá ser bem menor. Enquanto o Enem avalia cerca de 4 milhões de alunos, a expectativa para a prova de professores é de cerca de 100 mil por ano, para repor aposentadorias e outros afastamentos.

Em média, 80 mil docentes chegam anualmente ao tempo para pedir aposentadoria. O cálculo não leva em conta os professores temporários, abundantes em redes como a de São Paulo. No Estado há hoje 102 mil docentes temporários - 74 mil desses, apesar de não serem concursados, têm certa estabilidade garantida por lei.

'O papel do MEC é induzir. Queremos qualificar as provas do concurso, porque isso terá impacto na própria carreira docente. Bons sistemas internacionais têm um rito de entrada muito importante, que praticamente define a qualidade do sistema de ensino', afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, que avalia os concursos atuais, realizados pelas redes estaduais e municipais, como 'muito ruins'.

Adesão voluntária. O uso da prova nacional será por adesão - Estados e municípios terão de escolher participar do processo. Um dos pontos a favor da proposta é o fato de que concursos custam caro. Na seleção nacional, esse custo seria bancado quase totalmente pelo ministério, reduzindo custos locais.

O MEC abriu outra possibilidade para prefeituras e governos estaduais: o uso das questões preparados pelo Inep para a formulação de uma prova própria. Mesmo sem aderir ao sistema, o Estado ou o município poderá acessar as questões formuladas por especialistas.

A AVALIAÇÃO

A Prova Nacional de Concurso para Ingresso Nacional na Carreira Docente deverá ter dez blocos de conhecimento:

Políticas Educacionais; Organização e Gestão do Trabalho Pedagógico; Desenvolvimento, Ensino e Aprendizagem; Língua Portuguesa e seu Ensino; Matemática e seu Ensino; História e seu Ensino; Geografia e seu Ensino; Ciências Naturais e seu Ensino; Arte (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro) e seu Ensino; e Educação Física e Ensino.

O que se espera dos professores:

Cidadania: Que seja capaz de compreender diferentes aspectos culturais, sociais, ambientais, políticos, econômicos e tecnológicos da sociedade e a sua relação com a educação. Que possa atuar em diferentes situações na escola, mediando conflitos, usando como base o seu conhecimento da atual legislação. Que promova a inclusão.

Trabalho pedagógico: Que seja capaz de fazer um planejamento pedagógico adequado, com objetivos, organização de atividades, tempo e recursos envolvidos. Que consiga usar estratégias e recursos pedagógicos diversificados e possa adaptar suas aulas à realidade e dificuldades dos alunos. Que possa usar diferentes estratégias de avaliação.

Domínio dos conteúdos curriculares: Que tenha domínio da linguagem escrita e possa escrever com coerência, coesão e respeito pelas normas gramaticais do português. Que seja capaz de compreender e apresentar os conteúdos do currículo do ensino básico nas diferentes linguagens, como a literária, a matemática, a científica, etc.Que seja capaz de usar conhecimentos de várias áreas e informações diversas para analisar, descrever, observar, comparar e classificar diferentes situações."

Por Lisandra Paraguassu, estadao.com.br

Melhores sistemas educacionais do mundo dão autonomia a escolas e não selecionam alunos

Juliana Doretto
Ausência de processos de seleção para a entrada de alunos e mais autonomia para as escolas. Esses dois itens são listados pelos resultados do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), divulgado em dezembro de 2010, como algumas das ações em comum nos sistemas escolares que conseguem educação de qualidade.

A prova, coordenada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e aplicada em 65 países para alunos por volta dos 15 anos, mede conhecimentos e habilidades em leitura, matemática e ciência, além de aplicar questionários a alunos e diretores (e pais, em alguns casos), sobre ambiente e práticas de aprendizado, organização das escolas e contextos sociais e econômicos, entre outros.
Segundo o Pisa, os sistemas escolares que dão a mesma oportunidade aos alunos tendem não apenas a ter notas melhores mas também a reduzir a influência da realidade social e econômica dos estudantes no seu desempenho escolar. São sistemas em que todos os alunos, com contextos diferentes, têm as mesmas oportunidades para aprender e frequentam as mesmas escolas. Além disso, eles raramente repetem de ano ou são transferidos de escolas por problemas de comportamento ou por pouco rendimento acadêmico.
O programa de avaliação lista as escolas de Coreia do Sul, Finlândia, Canadá, Japão, Noruega, Estônia, Islândia e Hong Kong como as mais bem-sucedidas na avaliação. Isso significa, para o Pisa, que elas têm performance em leitura acima da média dos países da OCDE (493 pontos) e que o contexto sócio-econômico dos estudantes tem um impacto menor nesse resultado do que ocorre na média da OCDE (14% da variação na performance vem do contexto de vida do aluno).
“Isso representa um funcionamento eficiente da escola. Ela consegue ser democrática e atender o aluno da forma como ele chega. Não é algo baseado na retenção, mas no trabalho do dia a dia”, explica a educadora Silvia Gasparian Colello, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). Ela diz que as pessoas têm diferentes saberes e mecanismos de aprendizagem e que, ao reunir esses alunos numa mesma sala, “todo mundo aprende com todo mundo” e foge-se de uma divisão entre alunos que é artificial. “O aluno é forte, médio ou ruim a partir de que princípios? Ele pode ser bom em português, mas não ter dificuldades com biologia.”
No Brasil, as escolas técnicas federais, por exemplo, têm melhor desempenho entre as da rede pública, no ensino médio, mas é comum a seleção de estudantes nessas instituições, por meio de vestibulinhos. Silvia Colello afirma que a divisão de alunos não costuma ser benéfica para nenhum dos lados, já que os que apresentam as piores notas se tornam uma “profecia autorrealizante” (como espera-se pouco deles, produzem pouco) enquanto os que têm melhor desempenho podem se acomodar e não render tanto quanto o esperado.
O Pisa afirma que nenhum dos sistemas escolares que se destacam “tem altos índices de diferença entre os alunos”. Por outro lado, países como Bélgica, Holanda e Suíça, que selecionam e classificam os alunos em escolas, programas ou notas, apresentam boas performances, mas a realidade fora da escola do estudante influencia mais na nota do que nos países considerados bem-sucedidos.
Além disso, o Pisa mostra que nos países em que os alunos de 15 anos foram divididos em mais faixas, baseadas em suas habilidades, a performance geral não foi melhor” e que “quanto menor a idade em que a seleção acontece, maiores são as diferenças geradas pelo contexto sócio-econômico nos resultados dos estudantes, quando chegam aos 15”.

Escola própria

Outra característica comum entre os sistemas que conseguem bons resultados é a grande autonomia que eles dão às suas escolas. Elas podem formular seus currículos e definir suas formas de avaliação. “Isso permite que elas se ajustem a seus perfis de aluno, tirando o melhor proveito da diversidade”, diz Silvia Colello.
Ela lembra, no entanto que, no Brasil, a escolha dos livros didáticos pelas escolas públicas, pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), é feita a partir de uma lista pré-selecionada. “Por exemplo, para falar do mar, uma escola em uma comunidade de pescadores vai partir de um ponto diferente de uma comunidade do sertão. Os conteúdos não são neutros. Eles são social e culturalmente situados.”
Apesar de listar características comuns entre os sistemas escolares bem-sucedidos, o relatório com o resultado do Pisa diz, no entanto, que essas características não são “necessárias ou suficientes” para uma boa qualidade na educação. Para Silvia Colello, “a fórmula do sucesso [na educação] é complexa e plural. Depende de diferentes fatores e da relação entre eles”.

Sobre o Pisa

O Pisa produz indicadores educacionais, avaliando alunos próximos do final da educação obrigatória. As provas são aplicadas a cada três anos, sempre com foco em uma das áreas sempre avaliadas: a de 2009 teve ênfase na leitura.
Os alunos que fazem os testes vêm de uma amostra aleatória de escolas públicas e privadas e são escolhidos pela idade (entre 15 anos e três meses e 16 anos e dois meses, no início da avaliação), e não pelo grau escolar em que estão. A prova já foi aplicada em 2000, 2003 e 2006.